A depressão não pode mais ser tratada como "frescura". O suicídio não pode mais ser tratado como "covardia”, mas sim como um importante problema de saúde pública, com impactos na sociedade como um todo.
Os números atestam a preocupação com as doenças psicológicas. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, mais pessoas se suicidam anualmente do que morrem de HIV, malária ou câncer de mama. Não há soldados e criminosos mais perigosos que nós mesmos.
Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa de morte. Somente acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal mataram mais em 2021. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, isto é, uma média de 38 por dia.
Trata-se, sim, de um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades. Os números assustam? Com certeza! Mas o que coloca medo mesmo é abordar o assunto.
Ainda que os casos aumentem ano após ano, principalmente na América do Sul, ainda é um "tabu" falar a respeito. É neste contexto que nasceu o Setembro Amarelo, a maior campanha anti estigma do mundo.
Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com o Conselho Federal de Medicina, organiza o Setembro Amarelo em solo brasileiro. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
É importante falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos difíceis procurem ajuda e entendam que a vida sempre vai ser a melhor escolha. Em 2022, inclusive, o lema da campanha é: “A vida é a melhor escolha!”.
Acabar com a própria vida não é uma decisão covarde, e muito menos fácil de se tomar. É literalmente o último suspiro de uma luta diária que é difícil vencer sozinho.
Essa atitude é tomada quando os pensamentos, sentimentos e ações apresentam-se muito restritivos. Quem escolhe pelo suicídio é incapaz de perceber outras maneiras de enfrentar ou de sair do problema. Essa é a consequência que o sofrimento emocional impõe.
Por isso é extremamente importante olhar os sentimentos do outro sem preconceito. É necessário saber identificar e acolher os problemas emocionais do outro sem julgamentos.
Mostre disponibilidade para ajudar, demonstre empatia para com os problemas. Acima de tudo isso, convença quem está sofrendo a procurar um procurar um tratamento médico. Transtornos psicológicos devem ser levados a sério como qualquer doença fisiológica.
A maioria das mortes por suicídios pode ser evitada, mas o diálogo é o melhor jeito de fazer isso. Se você ou algum conhecido possui pensamentos suicidas, peça ajuda. Ligue 188.
A NewMD apoia o Movimento Setembro Amarelo.